terça-feira, 11 de agosto de 2009

Reformas

Reforma em casa é algo simplesmente surreal.
Basta começar e todo o entusiasmo entra pelo cano. E entala.
Anos atrás, morando ainda em outra casa, resolvemos fazer uma pintura geral.
Nesses casos a merda toda começa quando resolvemos fazer uma tomada de preços, tipo prá descobrir que, literalmente, o barato sai caro. E muito.
Uma vez decidido quem faria o serviço vem a compra do material e então descobrimos, dia-a-dia, que essa é um lista impossível de ser concluída e que isso tudo é fruto da incompetência dos trabalhadores que, com tanto empenho nas preliminares, escolhemos. Eles são simplesmente incapazes de fazer uma lista que inclua tudo o que eles vão precisar, embora jurem ser profissionais.
O dia esperado finalmente chega e, embora não fosse possível dormir à noite inteira tamanha adrenalina pelo começo da obra, cedinho estamos de pé esperando pelos trabalhadores que, naturalmente, chegam atrasados e como chegam atrasados já começam as mentiras. Na verdade as mentiras já começaram nas contratação do serviço, mas não soubemos ler nas entrelinhas. Problema nossso.
Após todas as churumelas da chegada, num opala 72 caindo aos pedaços, com pedidos de desculpa pelo atraso - que magnanimamente aceitamos e antes não tivéssemos aceito, pois acho que fizeram propositalmente para testar nossa capacidade de compaixão que será abusada futuramente - eles começam, vagarosamente, a se mexer.
Claro que como chegaram atrasados logo está na hora do almoço e é nesse momento que descubro que além de enfrentar os seguintes problemas pessoais:
1) Tenho um bebê de dois anos prá desviar das latas de tinta;
2) Ter 5 homens estranhos e fedorentos dentro de casa;
3) Ser obrigada a ficar em casa para "controlar" o serviço, como um mestre de obras.
Ainda tenho que esquentar a comidinha deles...
Respiro fundo e penso que será apenas por uma semana, afinal não custa nada ser gentil.
Depois de duas semanas trancafiada dentro de um aquário de tintas, com andaimes por todos os lados, 5 homens estranhos e fedorentos, resolvi que não aguentava mais e precisava sair de casa por algumas horas. Dando um voto de confiança à eles fui ao shopping e os deixei sozinhos na "minha" casa. Somente depois de alguns meses descobri que esse passeio me custou algumas latas de cerveja que foram surrupiadas e degustadas na minha ausência. As latas foram devidamente escondidas, embora eles não tenham se dado ao trabalho de jogá-las no lixo. Acho que fizeram de propósito por eu ter me dado ao luxo de sair um pouquinho.
Quando já fazia um mês que eles estavam lá casa, deixando latas de tinta branca rolar pelo telhado vermelho para se esparramarem no chão cinza chumbo, eu estava à beira de um ataque cardíaco. Juro.
Mas a gota d´água foi no dia em que meu quarto era o único lugar que eu podia ficar sem correr o risco de ver minha filha cair dentro de uma lata de tinta. Como eu estava confinada ali fui ao banheiro fazer um xixizinho e nem me dei ao trabalho de fechar a porta,afinal me julgava protegida pela privacidade, com a porta trancada, no segundo piso. Quando estava em pleno ato "senti" alguma coisa estranha. Foi quando levantei a cabeça e olhei em volta: tinha um pintor me olhando pela janela.
Naquele momento decidi que sempre que minha casa começasse a precisar de reformas eu construiria uma nova, mas que passar por tudo aquilo de novo era demais prá mim.

6 comentários:

Letícia disse...

Mari:
eu lia o texto e pensava: é bem assim!
Agora, nunca vi alguém transformar uma situação destas numa coisa tão engraçada! Eu ri muito!

Alexandre da Fonseca disse...

PARABÉNS PELO SEU BLOG....ADOREI E VOU SEGUIR...BJS

Anônimo disse...

Boa tarde.

Acessem http://virgemcancer.wordpress.com/ e vejam a lista das instituições participantes do McDia Feliz 2009. Dia 29 de agosto é dia de Big Mac!

Big Mac. Nhac!

Abraços,

Ricardo Menacker
http://virgemcancer.wordpress.com/

Eliane Furtado disse...

Vim visitar vcs aqui. Passei na minha amiga Rosário e vi seu endereço.
Breve tb estarei com o selo do oncoguia, meu portal preferido sobre assuntos esclarecedores.
Parabéns pelo texto.
Sou Eliane Furtado, fã do blog "Presente do Presente."
Meu endereço é http://SENTENCAOURENOVAÇÃO.BLOGSPOT.COM com minusculas. é Que quero aparecer heheheheh.
Aproveite visite a minha página www.hamaeditora.com.br/elianefurtado

Lari Bohnenberger disse...

É realmente muito estressante!
A gente não se sente dona da própria casa, não pode ficar à vontade, e parece que não acaba nunca. Dou um dedo pra não ter que passar por isso!

Anônimo disse...

Você disse tudo. É preferível construir uma casa nova, pois não existe nada mais invasivo do que reforma da casa. Agora, existe a possibilidade de começar a fazer um tratamento psiquiátrico pré-traumático para esses casos. (Rs)

Bjs