segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Vida após o parto - ou após a vida


No ventre de uma mulher grávida dois gêmeos dialogam:
- Você acredita em vida após o parto?
- Claro! Há de haver algo após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
... ... - Bobagem, não há vida após o nascimento. Afinal como seria essa vida?
- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a nossa boca.
- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Além disso, andar não faz sentido pois o cordão umbilical é muito curto.
- Sinto que há algo mais. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.
- Mas ninguém nunca voltou de lá. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
- Mamãe? Você acredita em mamãe? Se ela existe, onde ela está?
- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela não existiríamos.
- Eu não acredito! Nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que ela não existe.
- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, posso ouvi-la cantando, ou senti-la afagando nosso mundo. Eu penso que após o parto, a vida real nos espera; e, no momento, estamos nos preparando para ela.

AUTOR DESCONHECIDO

4 comentários:

Terezinha Sobreira disse...

Que texto mais lindo!
Nós, também, especulamos assim a respeito do futuro. Principalmente "daquele futuro" que preferimos estar bem longe, bem longe...
Queremos ir para o céu, mas não temos pressa, não é?

Blog Dri Viaro disse...

Muito lindo!!

beijos

Terezinha Sobreira disse...

Marilisa.
Hoje, dei uma olhada geral no seu blog. Até à primeira postagem.
Queria saber um pouco da sua história.
Sua maneira de falar a respeito do câncer é muito leve. Não há reclamação, recriminação...
Puxa! Sinto-me tão frágil, tão insignificante, tão chorona, cheia de auto-piedade!
Que vergonha o meu desalento...

Blog Dri Viaro disse...

Desejo um natal feliz para vc e para os seus!
Que Deus ilumine sua casa ;)

beijossssssssssssss