quarta-feira, 15 de julho de 2009

Velha Infância

Gosto de ouvir histórias de pessoas que descrevem com tanto devaneio sua própria infância.
Me sinto aquela criança que vê o amiguinho brincando com o brinquedo que ela mesma desejou, mas não ganhou.
Ouço atentamente para me tentar imaginar como seria.
Não que eu não tenha tido infância, pois até tive, afinal nasci e cresci. O que não me aconteceu foi Viver a infância.
As lembranças que tenho da infância geralmente são meio tristes e demais maduras praquelas épocas da vida.
Sempre fui meio adulta demais, sempre meio responsável demais.
Sempre atenta aos sentimentos dos outros, para não magoar, não chatear, acabei sabotando meus próprios sentimentos e me deixei magoar , me deixei chatear.
A consciência do outro sempre esteve muito presente em mim e me sufocava como uma jibóia sufoca sua presa. Abri, muitas vezes, mão das coisas que queria para poupar pessoas que não me devolviam essa gentileza.
Cresci assim, engolindo tristezas e mascarando alegrias.
Esse momento de catarse me aperta o coração, mas sei que tudo isso fez de mim a pessoa que sou hoje e que no momento que mergulhei mais fundo dentro de mim mesma pude trazer à tona essas verdades prá tentar fazer dessas lembranças de um passado remoto promessas de felicidade prá minha vida futura.
Como diria Roberto Carlos: Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.
Hoje, no alto de minha maturidade, escolho ser feliz.

2 comentários:

Letícia disse...

Marilisa
toda esta tua reflexão se dirigiu para o verdadeiro e mais importante aprendizado da vida: a felicidade é uma escolha. A vida nos impõe uma série de desafios os quais encaramos como sofrimento; quando aprendemos que não devíamos dar tanta importãncia a eles e escolher ser feliz, sempre, tudo vira uma dádiva, um grande milagre...
tristezas vão acompanhar, mas a gente luta para cada vez melhor aprender a lidar com elas!

Anônimo disse...

As únicas coisas do que me arrependo é de não ter manifestado o quanto amava todas as pessoas que me cercavam.