segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Da diferença de ser só e de estar só



É larga a distância que separa o ser só e o estar só.
Nesse momento eu estou só.
Momento divino.
Passeio de pai com filhos às velhas origens da infância e a necessidade de ter alguém em casa esperando a cachorra decidir a que horas terá seus bebês me proporcionam um maravilhosos e merecido dia de folga das obrigações maternais.
Já estou com tudo pronto: casa arrumada, canil limpinho e me restam muitas horas de deleite entre eu e eu mesma.
É ótimo ficar sozinha de quando em vez, sem a matraca repetitiva de mãe, mãe, mãe aonde quer que eu vá. Essa palavra já estaria gasta, se ela gastasse.
Me delicio com o ócio e a liberdade de um dia inteirinho dedicado a minha pessoa.
Depois de dar uma "geral" na casa vou me esbaldar lendo um livro ótimo, depois vou fazer minhas unhas, dormir um pouco, ver um filminho, ufa, já estou cansada de tantas atividades e meu dia nem começou.
Estando só posso mergulhar dentro de mim mesma sem o perigo de interrupções - o da palavra mãe, por exemplo - e descobrir maravilhas nas profundezas que não são permitidas acontecer no burburiho de uma casa cheia. É como mergulhar numa daquelas piscinas naturais em Bonito. Tem tanta coisa escondida nos cantinhos que só vemos quando prestamos atenção concentradamente.
Posso tomar decisões baseadas apenas na minha vontade: a que horas vou comer, o que vou comer, se quero comer, enfim, tudo será egoistamente meu hoje...e tem mais: o controle remoto é todinho meu!
Então... Essa postgem é apenas para dizer a todos vocês que me amo e desfruto da minha companhia com deleite. Não que me baste a mim mesma. Jamais. Mas gosto de pensar que não sou daquelas pessoas que precisam de uma platéia para viver, que precisam estar cercadas de atenção ou ficarão deprimidas. Acho que isso é ser só.
Sendo só pode-se viver cercada de gente que nunca será o suficiente. Sempre estará faltando algum pedaço.
Ser só é não ter descoberto a si mesmo. É como viver etenamente sem um espelho, onde a gente possa olhar nos próprios olhos e ver Alguém ali.
É preciso amadurecer para se sentir bem acompanhada de si mesmo.

7 comentários:

Dai disse...

Hum...como é bom estar na companhia da pessoa que mais gostamos né??
Estar consigo mesma é essencial para o equilíbrio da alma...Parabéns por tirar esse tempo pra cuidar de você.

Ser só é muito triste, mas aquela solidão desejada é uma alegria imensa e uma massagem ótima ao ego.
Aproveite esse e outros momentos...

Beijinhos...

Anônimo disse...

Super-Mari, esta blogada é um paradoxo, já que seu blog é público. Mas, captei vossa mensagem amada mestra. (Kikikikiki...)


Grande beijo e o carnaval acabou minha amiga, a não ser que você só volte a trabalhar amanhã a partir do meio-dia.

Cib disse...

Mari,
Como é bom fugir pra dentro da gente! Mesmo que amemos o que nos cerca, um tempo de isolamento recarrega as baterias.
Beijo!

Léa Aragón disse...

Perfeito, minha filósofa preferida. É isso mesmo!!! bjão

CarolBorne disse...

Grande Marinânima, brilhante filosofia em belas palavras!
A solidão é pra quem sabe conviver consigo mesmo. Só bem poucos sabem ser felizes sozinhos. É possível, sim, ao contrário do que diz a música.

Glorinha disse...

Flor.. Que post lindo... Q delicia seu espaço!!!!
bjoo da gorda

Claudia Cardela disse...

Mari, me vi no seu post! Mais uma coisa em comum... Que delícia compartilhar um dia só comigo. Sem horários, sem solicitações de filhos, sem mesa posta e... sem nem precisar tirar o pijama! rsrsrsrs
Aproveito ao máximo, mas no fim do dia já estou morrendo de saudades do povo todo em casa.
Aí, só na próxima oportunidade...