quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Hoje faz um ano!!

Hoje faz um ano que fiz o exame que mudou minha vida...
Era prá ser uma simples mamografia de rotina e se transformou num pesadelo. Depois de horas dentro da sala repetindo eco e mamografia 4 vezes fui liberada.Os médico diziam prá não me preocupar. Voltei prá casa sem chão. Dizia prá todo mundo que não devia ser nada, que os médico também achavam isso. Tava só me iludindo. Bem lá dentro de mim eu sabia de alguma forma que viria chumbo grosso pela frente. Natal e Ano Novo, que já são uma chatice pela própria natureza ficaram ainda piores. Logo nos primeiros dias de 2008 a bomba: carcinoma ductal infiltrante...não precisa dizer mais nada, né??
O resto da estória vocês já conhecem: cirurgia, quimio, rádio, decepções com pessoas, enfim, toda a sorte de problemas que vem no pacote.
O saldo foi positivo. Meu oncologista tá tão animado que queria fazer os exames de rotina só em fevereiro. Sem chance...Disse prá ele: Passa prá cá minhas requisições!!
Hoje à tarde vou fazer uma tomografia de tórax. Fui eu quem pedi pro médico, não se assustem. Acho que isso vai ser uma forma de provar prá mim mesma que a estória pode ser reinventada e reescrita e que pode dar certo. Faço meu exame sem falsas expectativas. Pode acontecer de tudo, mas dessa vez aquela vozinha lá dentro de mim diz que o exame é só de rotina.

4 comentários:

Anônimo disse...

Mari, lendo seu texto agora entendi sua necessidade de fazer esses exames. Reinventar a história. Talvez seja um rito de passagem. Da mesma forma que foi quando raspamos os cabelos. Eu ainda não sei como reinventar minha história. Por enquanto a caixa da Pandora está aberta e tudo espalhado pelo chão. Descobri uma etapa extra no nosso tratamento. Como você diz, já fiz o pior, que foram as cirurgias, passei pelo pior, que foram as quimios, e agora estou fazendo o pior que são as radios. Falta agora o pior, que é arrumar a bagunça e curar a alma. beijos!!!

Anônimo disse...

Não duvido da tua capacidade criativa, amiga, nem por um minuto.

Anônimo disse...

Mari, brigada pela passadinha no blog. Discordo, amiga, esse ano foi e ainda é uma página em branco na minha vida. Não acho que fez toda diferença. Não me sinto nem pior nem melhor pelo que passei. Também não sinto que há nada a comemorar. Houve apenas uma lição aprendida: estamos absolutamente sozinhos nessa vida. Se não formos por nós, ninguém será. beijos!

Anônimo disse...

Pra umas e outras não ficarem falando que eu abandono a blogaiada alheia à orfandade, eis-me aqui, em mais carne do que osso!

Bom, gurias, quem sou eu pra dizer alguma coisa edificante pra vocês, né? Mas concordo que certas 'passagens' na vida da gente tenham um significado oculto que só vamos perceber lá na frente. 2008, apesar das pedrinhas no sapato (perdi um grande e queridíssimo amigo), das sacanagens da vida, no primeiro e no comecinho do segundo semestre, foi um ano de reinventar a história. Acho que a grande lição que devemos aprender e levar adiante é que nada é tão pesado que não possamos carregar sozinhas. Temos força, sim, basta descomplicarmos as coisas para curarmos a alma, como bem disse a Ana.
Sem fazer analogias, nem trocadilhos babacas, força na peruca, mulherada, pois ninguém disse que era fácil. Cabe a nós desentortar as linhas e olharmos para o infinito.