quarta-feira, 24 de junho de 2009

Tricô e Meditação




Sou loira de nascimento.
Sou tricoteira desde os 12 anos de idade.
Comecei a me interessar por meditação lá pelos 24 anos.
Até hoje pela manhã meus neurônios loiros travaram uma batalha interna para tentar compreender as regras de meditação que recomendam que deixemos o cérebro tão vazio quanto possível pelo maior período de tempo que conseguirmos.
Ave Maria, como isso é difícil!
As tentativas foram inúmeras e os fracassos ídem.
Sentei em todos os lugares possíveis, onde pudesse me sentir o mais confortável possível.
Também tentei fazer deitada.
Ah, também fiz a tentativa de entoar mantras.
Colecionei uma lista de frustrações enormes, pois nunca conseguia me concentrar por mais de um minuto.
Como sou um tantinho ansiosa, sempre acabava abandonando a pratica por me sentir desmotivada pelos resultados tão inexpressivos .
Eis que hoje pela manhã estava com um tempinho de sobra e decidi dedicá-lo a um trabalho de tricô que estou fazendo.
Plim!
Não foi a descoberta da pólvora, mas chegou perto: descobri que medito desde os 12 anos de idade.
Sempre dizia que fazer tricô ou croché era uma terapia, mas não imaginava que era meditação.
No momento em que ocupo minhas mãos no vai e vem das agulhas consigo esvaziar minha mente de tudo. Meu mantra é contar o número de pontos, que se repete sempre de forma organizada.
Um, dois, três. Um, dois, três, quatro cinco.
Da mesma forma que me concentro e me abstraio do mundo estou completamente centrada e focada no mantra e nos movimentos das mãos.
É fenomenal descobrir que algo tão simples seja também uma forma de ir mais fundo dentro de mim mesma e que, nesse caso, ainda me rende uma graninha.
Afinal, a mistura artes milenares é algo muito moderno.

7 comentários:

Simone disse...

Pois é, amiga! Isso prova como as experiências são individuais mesmo! Lembra na minha experiência há dois anos atrás, quando tu pacientemente tentou me ensinar essa tão nobre arte? Confesso agora o que na época não tive coragem: como aquilo me irritava!! A irritação era total, no durante e no depois, com aquele blusão "lindoooo" que finalmente dei por acabado após tantas idas e vindas. Continuo procurando o que seria o meu modo pessoal de meditação, mas de duas coisas estou certa: nem esvaziar o cérebro (impossível!), nem o tricô!

Anônimo disse...

Marilisa, tricô está mais para terapia ocupacional do que para meditação ao meu ver, o que é ótimo também. Não sou nenhum entendido no assunto meditação, mas me parece que meditar é não fazer nada com o corpo e a mente e eu que ao contrário de você sou um tantão ansioso acho que nunca vou atingir o tal do nirvana.

Bjs

Letícia disse...

mari, é verdade, qualquer atividade criativa, que envolva as mãos e que mantém toda nossa atenção entretida já é meditação.
Existem aqueles que espalham que meditação é ficar paradinho e sem pensar em nada, na certa porque só eles conseguem e querem se vangloriar sobre seus feitos.

Anônimo disse...

ow lembrei-me qdo vc começou a aprender a tricotar... Faz algum tempo né?

Léa Aragón disse...

Pra mim é ainvenção da roda! Vou para mais uma tentativa. Se der certo, tu estás consagrada, Mari. Boa idéia! depois dou notícias.

Cib disse...

Mari, criatura, então eu também medito desde guriazita e nem sabia!
Obrigada pelo esclareciemnto!
E beijo enoooorme!

Noila Bello disse...

Olá Marilisa!
Também sou uma tricoteira que medita( não só com a mente, mas com as mãos).
O tricô dá prazer, acalma e quando termino uma peça, sinto a satisfação de tarefa concluída, de obstáculo transposto).
Adorei ter passado para lhe fazer uma visita e descobrir uma tricoteira que pensa como eu, que tricotar "é algo mais que tricotar".
Aproveitando, convido-a a visitar meu blog sobre trico.

abraços curitibanos/paranaenses.